terça-feira, 15 de janeiro de 2013

EPILEPSIA


DOENÇAS NEUROPSICOLÓGICAS



o principal sintoma da epilepsia é a convulção epiléptica, mas isso não significa que todas as pessoas que sofrem covulsões tenham epilepsia. o é incomum que pessoas  saudáveis tenham convulsões durante uma doença temporária ou as a exposição a agentes convulsivantes. O termo epilepsia é aplicado apenas aos pacientes cujas convulsões parecem ser geradas por uma disfunção cerebral crônica. Aproximadamente 1% da população é diagnosticada como epiléptica em algum ponto de sua vida.
Em virtude do fato de a epilepsia caracterizar-se por ataques epilépticos - ou, mais precisamente, por ataques epilépticos esponneos e recorrentes -, você pode pensar que a tarefa de diagnosticar essa doença seja fácil. Mas não é. Essa tarefa é dificultada pela diversidade e complexidade dos ataques epilépticos. Você provavelmente está familiarizado com ataques que ocorrem na forma de convulsões (ataques motores). Eles freqüentemente envolvem tremores (espasmos clõnicos), rigidez (tônus) e perda do equilíbrio e da conscncia. Porém, muitas convulsões não têm essa forma; em vez disso envolvem mudanças sutis de pensamento, de humor ou de comportamento que não o facilmente distinguíveis da atividade normal. Nesses casos, o diagnóstico de epilepsia baseiase amplamente em evincias eletroencefalográficas (EEG). O valor da eletroencefalografia em casos suspeitos de epilepsia origina-se do fato de que os ataques epilépticos o associados a surtos de picos de EEG de alta amplitude, que, muitas vezes, aparecem no EEG durante um ataque. Também derivam do fato de que picos individuais freqüentemente pontuam os EEGs de epilépticos entre ataques. Embora a observação de descargas epilépticas espontâneas seja evincia inquestionável da epilepsia, o fato de o serem observadas nem sempre significa que o paciente não seja epiléptico. Pode significar que ele é epiléptico, mas não está experimentando descargas epilépticas durante o examou que elas ocorreram durante o exame, mas não foram registradas pelos eletrodos instalados no couro cabeludo. Alguns epilépticos vivenciam mudanças psicológicas peculiares pouco antes de uma convulsão. Essas mudanças, as auras epipticas, podem ter muitas formas - por exemplo, cheiro ruim, pensamento específico, sentimento vago de familiaridade, alucinão ou aperto no peito. As auras epilépticas são importantes por duas raes. Em primeiro lugar, sua natureza fornece pistas em relão à localização do foco epiléptico. Em segundo, como as auras epilépticas vivenciadas, muitas vezes, o semelhantes de um ataque para outro, elas avisam o paciente de uma convulo iminente. Uma vez que um indivíduo tenha sido diagnosticado como epiléptico, é comum atribuir-se a epilepsia a uma de duas categorias gerais - epilepsia parcial ou generalizada. Então, atribui-se a uma de suas respectivas subcategorias. Os rios tipos de ataques são tão diferentes entre si que a epilepsia não é considerada uma doença única, mas várias doenças diferentes, porém relacionadas. Apoiando essa visão, há o fato de que a epilepsia não possui causa única, quase qualquer tipo de perturbação cerebral pode causar convulsões.

CONVULSÕES PARCIAIS

Uma convulsão parcial não envolve o cérebro todo. Por razões desconhecidas, os neurônios epilépticos em um foco começam a disparar em conjunto, e são esses surtos sincronizados dos neurônios   que produzem os picos epilépticos no EEG. A atividade sincronizada pode ficar restrita ao foco até que o ataque termine, ou espalhar-se para outras áreas do cérebro - porém, no caso de convulsões parciais, ela não se espalha para todo o cérebro. Os sintomas comportamentais específicos de uma
convulo epiléptica parcial dependem de onde as descargas perturbadoras começam e para que estruturas se espalham. Como as convulsões parciais não envolvem todo o cérebro, elas normalmente não são acompanhadas por perda total de consciência ou de equilíbrio. São duas as categorias principais de convules parciais: simples e complexas. As convulsões parciais simples são parciais com sintomas primariamente sensoriais ou motores,
ou ambos. Elas são chamadas, às vezes, de convulsões jacksonianas, devido ao famoso neurologista do século XIX, Hughlings Jackson. À medida que as descargas epipticas se espalham pelas áreas sensoriais ou motoras do cérebro, os sintomas se espalham sistematicamente pelo corpo. Em contraste, as convulsões parciais complexas são frequentemente restritas aos lobos temporais; diz-se que aqueles que as apresentam têm epilepsia do lobo temporal. Durante ataque parcial complexo, o paciente tem comportamentos simples, compulsivos e repetitivos, automatismos (por exemplo, abotoar e desabotoar um botão) e comportamentos mais complexos que parecem quase normais. A diversidade de ataques parciais complexos é ilustrada pelos quatro casos seguintes relatados por Lennox (1960). Embora os pacientes pareçam estar conscientes durante seus ataques parciais complexos, eles, em geral, têm pouca ou nenhuma lembrança. Aproximadamente, metade de todos os casos de epilepsia são da variedade parcial complexa os lobos temporais são particularmente suscetíveis a descargas epilépticas.

CONVULSÕES GENERALIZADAS

 As convulsões generalizadas envolvem todo o cérebro. Algumas começam como descargas pontuais que se espalham de forma gradual. Em outros casos, as descargas parecem comar quase simultaneamente em todas as partes do cérebro. Esses ataques generalizados repentinos podem resultar de patologias difusas ou podem
se iniciar focalmente em uma estrutura, como o tálamo, que se projeta para muitas partes do cérebro. Assim como as convulsões parciais, as generalizadas ocorrem de muitas formas. Uma delas é a convulsão "grande mal", cujos sintomas principais são perda de consciência, perda de equilíbrio e violenta convulsão tônico-clônica - que envolvetônus e clônus. O ato de morder a língua, a incontinência urinária e a cianose (ficar azulado devido à saída excessiva de oxigênio do sangue durante uma convulo) são manifestações comuns de convulsões do tipo "grande mal". A hipoxia (falta de oxigênio para um tecido, como o cérebro) que acompanha uma convulsão "grande mal" pode causar lees cerebrais, algumas das quais se desenvolvem lentamente após a convulsão e são mediadas pela liberação excessiva de aminoácidos neurotransmissores excitatórios. Uma segunda categoria importante das convulsões generalizadas é a crise "pequeno mal". Esta última não está associada a convulsões. Seu principal sintoma comportamental é a ausência pequeno mal - perturbação da conscncia associada à cessação do comportamento realizado, olhar vago e, às vezes, piscar das pálpebras. O EEG de uma convulsão "pequeno mal" é diferente dos outros. O padrão típico é de ponta-ondas síncronas e simétricas com freqüência de três ciclos por segundo. As convulsões "pequeno mal" são mais comuns em crianças, e freqüentemente cessam na puberdade. Muitas vezes, passam sem ser diagnosticados e, assim, as crianças com epilepsia do tipo "pequeno mal" são consideradas "sonhadoras" por seus pais e professores e "viajantes espaciais" por seus colegas. Embora não haja cura para a epilepsia, a freqüência e a gravidade dos ataques podem ser reduzidas por medicamentos anticonvulsivantes. A cirurgia cerebral, às vezes, é prescrita em situações de ameaça à vida.  


Fonte:
Biopsicologia – John P. J. Pinel


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